Lucro da B3 (B3SA3) cai 8,2% no 4T23, em R$ 1,05 bi

A B3 (B3SA3) reportou um lucro líquido recorrente de R$ 1,057 bilhão no quarto trimestre de 2023 (4T23), queda de 8,2% ante o mesmo período de 2022.

Além disso, a bolsa brasileira também divulgou um lucro líquido atribuído aos acionistas, que exclui itens não recorrentes, de R$ 915,5 milhões, queda de 8,8% em 12 meses.

Já o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recorrente ficou em R$1.459,6 milhões, queda de 10,3%.

Po outro lado, a margem Ebitda recorrente foi de 65,1%, queda de 540 bps.

"As incertezas sobre o comportamento das taxas de juros nos EUA e nas principais economias do mundo continuaram afetando os mercados de capitais globais, com impacto negativo nos volumes negociados de ações nas principais bolsas do mundo", avalia a B3 em seu relatório trismestral.

Segundo leitura da casa de análise DVinvest, a B3 apresentou receita de R$ 3 bilhões em 2014 e R$ 8,9 bilhões em 2023, um crescimento médio de 12,7% ao ano.

"Isso se deu especialmente em 2020, quando o Brasil presenciou um expressivo aumento no número de investidores, por conta de um mercado acionário mais positivo, que hoje é a principal fonte de receita da companhia".

Entretanto, em 2023 a receita apresentou redução de 1,8% em relação ao ano anterior. "Isso de deve ao momento mais fraco para a renda variável. O volume de ações apresentou queda relevante em relação ao ano anterior, explicando a redução na receita. Por outro lado, os mercados de derivativos e de renda fixa seguem apresentando bom desempenho. Com a queda na Selic, é provável que esse processo se reverta", avalia a DVinvest.

Dividendos B3 2024

O conselho de administração da B3 aprovou o pagamento de dividendos referentes ao 4T23, no total de R$ 374 milhões.

Nesse sentido, o volar por ação equivale a R$ 0,06689494, com pagamento programado para o dia 5 de abril de 2024.

Resultado trimestral B3 (B3SA3)

A seguir, confira abaixo os principais destaques do resultado trimestral da B3 (4T23):

• Receita total: R$2.493,6 milhões, 2,9% abaixo do 4T22;
• Receita líquida: R$2.242,2 milhões, 2,8% abaixo em relação ao 4T22, e em linha com o 3T23;
• Receita Listado: R$1.419,2 milhões (56,9% do total), queda de 13,5%;
• Receita Ações e Instrumentos de renda variável: R$853,2 milhões (34,2% do total), queda de 19,8%;
• Receita Juros, Moedas e Mercadorias: R$566,0 milhões (22,7% do total), queda de 2,1%;
• Receita Balcão: R$399,0 milhões (16,0% do total), aumento de 14,7%;
• Despesas: R$1.072,8 milhões, alta de 9,9%;
• Ebitda: R$1.459,6 milhões, queda de 10,3%;
• Margem Ebitda: 65,1%, queda de 540 bps;
• Resultado financeiro: positivo em R$24,5 milhões;
• Lucro Líquido: R$915,5 milhões, queda de 8,8%.

Análise de resultado B3SA3 (4T23)

"Não gostei muito dos números. Mesmo com uma base de comparação forte no 4T22, fiquei um pouco decepcionado com o resultado", pondera Renato Reis, analista fundamentalista na DVinvest.

Na parte da receita, segundo ele, a queda relevante no volume transacionado em ações foi responsável pela queda no valor.

"Além disso, houve um aumento relevante nas despesas, que fez com que a margem de lucro da operação sofresse uma grande queda. Como o papel negocia por um preço mais alto, não sei até que ponto o mercado já esperava esse resultado mais fraco", finaliza.

Além da B3 , confira os resultados corporativos do 4T23 já divulgados pelas empresas.

Histórico de resultados B3SA3

Agora, confira abaixo o histórico de resultados da B3 (B3SA3), com um resumo dos principais números levantados no reporte das empresa, além da análise do especialista. Boa leitura!

Balanço corporativo B3SA3 3T23

A B3 (B3SA3) reportou um lucro líquido recorrente de R$ 1,16 bilhão no 3T23, segundo o release de resultados divulgado. O número aponta uma alta de 0,5% em comparação ao mesmo período de 2022.

A operadora destacou, ainda, que o terceiro trimestre foi marcado pela manutenção de postura mais restritiva dos bancos centrais nas principais economias do mundo, dando sequência aos ciclos de aperto monetário.

“Apesar das quedas na taxa de juros no Brasil, o mercado à vista de ações nacional foi influenciado pelo cenário externo e pela sazonalidade do período (vs. 2T23) dado o impacto das férias no hemisfério norte”, disse em comunicado.

Além disso, a B3 destacou a desaceleração generalizada nos mercados de ações e renda variável ao redor do mundo no período, “reflexo da redução do apetite ao risco dos investidores”, diz.

Neste cenário, o volume financeiro médio diário negociado (ADTV) totalizou R$23,8 bilhões, uma queda de 11,6% na comparação com o 2T23 e de 9,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Já o lucro líquido atribuído aos acionistas, que exclui itens não recorrentes, ficou em R$ 1,074 bilhão. Alta de 4,4% em 12 meses e de 2% no comparativo trimestral.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) recorrente foi de R$ 1,6177 bilhão, retração de 3,2% na base anual. Assim, a margem Ebitda caiu 1,73 ponto percentual, para 72,3%.

Receita

A receita líquida da operadora da Bolsa foi de R$ 2,25 bilhões no 3T23, diminuição de 0,4% na comparação ano a ano.

“Por mais um trimestre, o modelo de negócios da B3, com receitas diversificadas, mostrou sua robustez. Em um contexto de menor atividade no mercado de ações, o desempenho dos outros negócios conduziu a receita da B3 a R$ 2,5 bilhões, praticamente em linha com o 3T22 e com o trimestre anterior, mesmo se não fosse considerada a receita de Neurotech no 3T23”, diz a empresa.

Análise de resultado B3SA3 (3T23)

Renato Reis, analista fundamentalista da DVinvest, que faz análises dos resultados corporativos para o It’s Money, diz que o resultado veio na medida do esperado.

“A B3 é muito dependente das receitas com a renda variável. Então, em períodos como os atuais, ela apresenta números piores. Porém, que já apresentam evolução em relação ao trimestre anterior. Um ponto negativo no resultado foi a queda no spread de renda variável, fruto de uma menor participação de pessoas físicas dentro da receita, mas que eventualmente deve voltar ao patamar anterior”, explica.

Balanço corporativo B3SA3 3T23

A B3 (B3SA3), empresa que controla a Bolsa de Valores do Brasil, reportou lucro líquido atribuído aos acionistas de R$ 1,052 bilhão. Ou seja, uma queda de 3,6%.

A receita total atingiu R$ 2,4 bilhões, em linha com o 2T22 e com o 1T23. O Ebitda recorrente somou R$ 1, 6 bilhão. Ou seja, queda de 2,2% ante 2T22 e 0,6% acima do 1T23.

Assim, excluindo itens não recorrentes, tais como despesas de M&A, outras receitas não recorrentes, impactos fiscais e amortização de intangível, o lucro líquido teria atingido R$ 1168 bilhão, queda de 4,3%.

Enquanto isso, o lucro líquido recorrente ajustado apresentou queda de 12,9%, explicada pelo término da amortização fiscal do ágio da combinação de negócios com a Cetip.

O resultado financeiro ficou positivo em R$ 102,8 milhões, ante uma cifra negativa de R$ 15,3 milhões de um ano antes.

Balanço

Em mensagem que acompanha o balanço, a B3 afirma que a melhora de expectativas para o Brasil se refletiu no mercado à vista de ações. Onde o volume financeiro médio diário negociado (ADTV) totalizou R$ 26,9 bilhões. Assim, com uma recuperação de 6,7% na comparação com o 1T23. Na comparação com o 2T22, houve uma queda de 6,7%.

Em derivativos listados, o volume médio diário negociado (ADV) totalizou 6,4 milhões de contratos, 49,5% e 6,3% acima do 2T22 e do 1T23, respectivamente, refletindo principalmente o desempenho dos contratos de Juros em R$, que apresentaram recorde histórico.

“A incerteza sobre os movimentos prospectivos das taxas de juros concentrou o volume em contratos com prazos mais curtos, que tem uma receita por contrato (RPC) mais baixa”, afirmou o release de resultados.

Já no segmento de balcão, a B3 aponta que os juros mais elevados continuaram favorecendo os volumes. Assim, com destaque para o crescimento de 22,6% no estoque de instrumentos de renda fixa. Além de 29,8% no estoque do Tesouro Direto em relação ao 2T22.

Análise de resultado B3SA3 (2T23)

Renato Reis, analista fundamentalista da DVinvest, espera um resultado pior. “Agora, com a queda da Selic, essa é uma empresa que pode se beneficiar bastante. Já que a renda variável é sua maior receita e margem de lucro”, disse.

De toda forma, segundo Renato, o papel já está relativamente bem precificado no momento.