Futebol feminino: crescimento da modalidade no Brasil e no mundo
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Futebol feminino: crescimento da modalidade no Brasil e no mundo
12 jul 2023•Última atualização: 21 junho 2024
O futebol feminino vem conquistando cada vez mais espaço e reconhecimento tanto no Brasil quanto no mundo.
Apesar dos grandes desafios, presenciamos um crescimento exponencial dessa modalidade nos últimos anos, impulsionado principalmente por eventos de grande relevância, como a Copa do Mundo de Futebol Feminina.
Com a próxima edição do torneio se aproximando, a expectativa é que o futebol feminino continue a expandir seus horizontes e a atrair a atenção de um público cada vez mais amplo.
Assim, para entendermos o contexto histórico, vamos trazer neste artigo os principais destaques dos avanços, desafios e impactos da modalidade.
Boa leitura!
Futebol feminino no Brasil
Para muito além das vitórias e gols, o futebol feminino sempre enfrentou uma série de desafios ao longo da história.
Ainda sem clubes ou ligas formadas, os primeiros registros dos jogos no Brasil são dos anos 20 e 30, que aconteceram de maneira bem informal.
Em 1940, após a modalidade alcançar certa “seriedade” jogando no Pacaembu, as pessoas se revoltaram contra e pressionaram autoridades para a proibição da prática.
Proibição
Assim, a primeira restrição oficial ao futebol feminino veio em 1941.
O texto em relação à proibição dizia o seguinte:
“Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de Desportos baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do país.”
Na prática, o anúncio dizia que as mulheres não deveriam praticar nenhum esporte que pudesse “prejudicar a capacidade ser mãe”.
Tal restrição é, em partes, responsável pelos preconceitos e julgamentos em relação aos esportes femininos, afinal, a sociedade conviveu com essa regra por mais de 30 anos.
Apenas em 1979 a lei foi revogada, permitindo, assim, que mulheres jogassem futebol – e outros esportes.
Porém, a revogação não mudou muita coisa: o futebol feminino ainda sobrevivia sem visibilidade ou estímulo de clubes e federações.
Somente 4 anos depois, em 1983, que a modalidade do futebol feminino foi regulamentada e, em 1991, o Brasil disputaria a primeira Copa do Mundo feminina.
Entenda abaixo!
A primeira Copa do Mundo de futebol feminino
Em 1991 foi disputada a primeira Copa do Mundo feminina, mas ainda de maneira muito armadora.
O Brasil – já a comandado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF)– foi eliminado logo na primeira fase, para os Estados Unidos e Suécia.
Apesar disso, o torneio não deixa de ser um marco muito significativo para o esporte. Com a Copa do Mundo, as mulheres passaram a ganhar mais visibilidade.
O time brasileiro, no entanto, passou a ganhar ainda mais espaço e respeito em 2003: a primeira Copa do Mundo da Rainha Marta.
Marta no futebol feminino
Não foi à toa que Marta ganhou o título de “Rainha” no Brasil. Assim como o Rei Pelé, Marta acumula prêmios na sua carreira e quebra recordes.
Prova disso é que ela é a única jogadora eleita 6 vezes como Melhor do Mundo.
Na conta geral com os jogadores, Marta ganha de Cristiano Ronaldo (eleito 5x) mas perde para Pelé e Messi (cada um eleito 7x).
Dessa forma, com as vitórias de Marta e evidência na jogadora, o futebol feminino passou a ganhar espaços significativos no mundo todo.
O futebol feminino no mundo
Apesar do Brasil ser considerado o país do futebol, não é aqui que está o maior público do futebol feminino.
Na Europa, os torcedores são muito mais engajados e os times recebem mais patrocínios.
O apoio financeiro permite não só mais visibilidade às jogadoras, como também pavimenta um caminho para a vitória.
Além disso, os recordes de público estão no continente europeu. O estádio Camp Nou, por exemplo, é considerado um símbolo do amor dos europeus pelo futebol feminino.
Isso porque os dois maiores jogos em questão de público aconteceram lá:
- Barcelona x Real Madrid (2022): 91.553
- Barcelona x Wolfsburg (2022): 91.648
Copa do Mundo de futebol feminino
Esse ano acontece a Copa do Mundo feminina na Austrália e Nova Zelândia a partir do dia 20 de julho. O jogo de abertura será entre Nova Zelândia e Noruega.
De forma geral, o evento pode ser um catalisador para o desenvolvimento da modalidade, incentivando investimentos, patrocínios e engajamento do público.
Além disso, contribuirá para o fortalecimento da igualdade de gênero no esporte e para o avanço das conquistas das mulheres no campo e fora dele.
Apesar da seleção brasileira nunca ter sido campeã da Copa do Mundo Feminina, o fato não nos deixa menos desesperançosos. Com um time de estrelas, nossas mulheres vão em busca do título, apesar de não terem o favoritismo.
Leia também: Copa do Mundo Feminina 2023: grupos, datas e jogos do Brasil
Escalação da Seleção brasileira feminina
Confira a escalação da Seleção para esse ano:
Goleiras:
- Bárbara (Flamengo)
- Camila (Santos)
- Leticia Izidoro (Corinthians)
Defensoras
- Antônia (Levante UD – Espanha)
- Bruninha (NJ/NY Gotham – EUA)
- Kathellen (Real Madrid – Espanha)
- Lauren (Madrid CFF - Espanha)
- Mônica (Madrid CFF - Espanha)
- Rafaelle (Orlando Pride – EUA)
- Tamires (Corinthians)
Meio-campistas
- Adriana (Orlando Pride - EUA)
- Ary (Louisville City - EUA)
- Ana Vitória (PSG - França)
- Duda Sampaio (Corinthians)
- Kerolin (North Carolina Courage - EUA)
- Luana (Corinthians)
Atacantes
- Andressa Alves (Houston Dash – EUA)
- Bia Zaneratto (Palmeiras)
- Debinha (Kansas City - EUA)
- Gabi Nunes (Levante UD – Espanha)
- Geyse (Barcelona - Espanha)
- Marta (Orlando Pride - Estados Unidos)
- Nycole Raysla (Benfica - Portugal)
Suplentes:
- Defensora: Tainara (Bayern de Munique - Alemanha)
- Meio-campista: Angelina (OL Reign - EUA)
- Atacante: Aline Gomes (Ferroviária)
Horário dos jogos da Copa do Mundo feminina
Com o fuso horário, os jogos acontecem tarde da noite, manhã ou madrugada aqui no Brasil.
Confira os horários dos primeiros jogos:
Abertura 20/07:
Nova Zelândia x Noruega às 4h;
Austrália x Irlanda às 7h;
Nigéria x Canadá às 23h30;
Estreia do Brasil 24/07:
Brasil x Panamá às 08h.
Conclusão
Conforme vimos nos tópicos anteriores, a história nos mostra os avanços e desafios enfrentados pelo futebol feminino no Brasil e no mundo
Agora, com a chegada da Copa do Mundo 2o23, vemos uma oportunidade única para impulsionar ainda mais a modalidade de forma global.
Isso por que o torneio se tornou um espetáculo esportivo de grande magnitude, despertando interesse e paixão dos espectadores.
A cada edição, testemunhamos partidas emocionantes, rivalidades acirradas e o surgimento de novas estrelas do futebol feminino.
Então, não deixe de acompanhar, torcer e apoiar a modalidade. Inclusive, você por acompanhar tudo de perto durante a cobertura especial do It's Money na Copa do Mundo Feminina 2o23.
Tatiana Gouveia