A bruxa está solta!
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A bruxa está solta!
31 out 2022•Última atualização: 12 junho 2024
Macro
No que foi a decisão eleitoral mais acirrada para presidência do Brasil desde a redemocratização, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, foi eleito o novo presidente do país.
O resultado desse domingo deve ser o principal fator a movimentar o mercado local, enquanto no mundo, os olhos se voltam para decisão de juros do FED, e do Banco da Inglaterra.
A semana ainda tem dados de emprego nos EUA e atividade econômica na Europa.
Brasil
Por aqui, a semana recheada de resultados corporativos do terceiro trimestre deve ser ofuscada pelo efeito político que reverbera pela economia.
Nesse domingo, Lula, foi eleito presidente em decisão apertada, e o mercado busca agora, se precificar para um terceiro mandato do petista.
Ainda sem definição da equipe econômica, o novo governo deve fazer em breve, algum aceno ao mercado para esclarecimento do plano de governo, e indicação do futuro ministro da economia.
As expectativas apontam para o nome de Henrique Meirelles, e a decisão apertada de domingo indica a necessidade de maior moderação para a condução do país.
Na agenda de divulgações a semana traz na terça-feira, a Ata do Copom.
O último comitê manteve a taxa em 13,75% por unanimidade.
O documento deve resumir a visão do BC para a política monetária nos próximos encontros.
EUA
Nos EUA, a semana é agitada por decisão de política monetária do FED.
O Fomc, Comitê Federal de Política Monetária, começa na terça-feira e deve anunciar a nova decisão na quarta-feira.
A expectativa é que o banco central siga o ritmo de aumentos e eleve em 75 pontos-base a taxa de juros.
O novo aumento é tido como dado pelo mercado, mas investidores aguardam a decisão e falas de Jerome Powell, Presidente do FED, em busca de sinalização de moderação no ritmo de apertos.
Com indicações de desaceleração da atividade econômica norte-americana, muitos acreditam que o momento requer abrandamento do FED para evitar o colapso da economia.
A semana agitada nos EUA continua com dados de emprego.
Na terça, o Relatório JOLTS de oferta de empregos será divulgado. Na quarta é vez da pesquisa ADP de variação de empregos no setor privado, e fechando a semana
na sexta, deve ser divulgado o relatório de payroll dos EUA, com o saldo líquido de geração de emprego.
Os dados de emprego são excelentes termômetros da atividade econômica de um país e devem trazer clareza ao desempenho dos EUA, que têm apresentado indicadores mistos no que diz respeito à saúde econômica.
Europa
No continente europeu a semana começa com divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI), na zona do euro.
O índice de inflação mostrou alta de 1,5% no mês de outubro e levou o acumulado de doze meses a 10,7%, ambos acima das estimativas.
Também na zona do euro, foi divulgado pela manhã, o PIB da região, que apresentou alta de 0,2% no último trimestre.
As estimativas apontavam para alta de 1% nesse período, e o resultado acabou decepcionando.
No Reino Unido, a semana deve ser de definição da política monetária.
O país que segue atravessando uma turbulência política e econômica decide na quinta-feira a nova taxa básica de juros da economia.
A expectativa é de alta de 75 pontos-base levando a taxa a 3%.
Mercado Interno
O Ibovespa encerrou a última semana com forte queda de 4,49%.
O índice que tem forte peso em estatais acabou sofrendo à medida que nos aproximávamos do pleito de domingo.
A eleição de Lula deve ter impacto direto nas estatais federais como Petrobras e Banco do Brasil que devem sofrer nos próximos dias com a indefinição de uma equipe econômica e com a possível troca de gestão das empresas.
Estatais estaduais como a Sabesp devem se valorizar com a eleição de Tarcísio para o governo de São Paulo e uma pauta privatizante do novo governador.
Com a eleição de Lula, empresas de educação e varejo devem ganhar força em meio à possíveis subsídios do governo petista aos setores.
Ainda no campo de divulgações corporativas a semana ganha tração com resultados de Raia Drogasil, Petrorio e CSN.
Análise Técnica
O Ibovespa durante o pregão de sexta fechou praticamente no zero a zero com -0,09%, aos 114.540 pontos.
Assim, na semana passada, o índice caiu -4,49% devolvendo praticamente toda a alta que apresentou na semana do dia 17/10. Entretanto, olhando para o médio prazo (gráfico semanal) o Ibov não perdeu a tendência de alta.
O primeiro sinal negativo seria a perda dos 112.120 pontos, onde continuaria o forte movimento de queda da semana passada e perderia a região de média móvel, trazendo um viés mais negativo.
Já no curto prazo, visão para os próximos dias, para retomar a tendência de alta o Ibov deve primeiro conseguir superar os 116.230 pontos, para posteriormente conseguir buscar patamares mais acima.
Mercado Externo
Nos EUA, o S&P 500 fechou a última semana em alta de 3,95% voltando ao patamar de 3.900 pontos.
O mercado norte-americano aguarda nessa quarta-feira a decisão de juros do FED, que deve promover novo aumento de 75 pontos-base.
A expectativa é que o FED dê sinais na divulgação de que reduzirá o ritmo de apertos para os próximos encontros, o que pode estimular o apetite ao risco.
As divulgações de resultados do terceiro trimestre fizeram preço na última semana, e devem continuar a precificar o mercado norte-americano.
A temporada que tem entregado resultados fracos em especial das big techs, deve se segurar com empresas de energia entregando bons resultados.
Análise Técnica
O S&P500, analisando o gráfico semanal, fechou a semana passada no campo positivo com 3,95% nos 3.901 pontos, sendo a segunda semana consecutiva de alta.
Em que conseguiu superar a média móvel de período mais curto. Isso é o primeiro sinal positivo para o índice, onde ultrapassando a máxima da semana passada, indica que pode continuar esse movimento de alta.
Assim, o índice ainda se encontra em tendência de baixa no médio prazo e estaria passando por um processo de correção.
Essa correção estaria sendo no preço, já que buscou patamares mais acima. A tendência de baixa só seria revertida de fato com a superação dos 4.076 pontos.
Commodities
O minério de ferro fechou essa madrugada em nova queda em Singapura. Dados de PMI industrial da China indicaram retração da atividade, com queda maior que a esperada.
A economia chinesa que controla mais da metade da produção de aço do mundo tem dado sinais de enfraquecimento, o que acaba desacelerando a demanda pela commodity.
O petróleo opera em queda nessa manhã de segunda-feira.
A commodity tem sido afetada pela desaceleração da atividade econômica global e enfraquecimento da demanda.
Vale lembrar que nessa semana, na terça-feira, acontece nova reunião da Opep, que deve decidir pelos volumes produzidos no próximo mês.
A expectativa é que a organização mantenha os níveis de vazão depois do corte de 2 milhões de barris por dia na produção diária.
Análise Técnica
O petróleo fechou na sexta-feira com uma leve queda de 0,53% aos USD 94,17/barril, após dois dias de alta.
O ativo terminou a semana passada com uma alta acumulada de 2,50%, porém dentro de uma região mais travada de preço (entre as médias móveis).
Apesar de ser a segunda semana consecutiva de alta o petróleo não reverteu a tendência de baixa que se encontra no médio prazo.
Para isso seria necessário a superação dos USD 97,71/barril.
Analistas responsáveis
Dalton Vieira – Analista CNPI-T
- + 15 anos de experiência no mercado financeiro;
- Analista de valores mobiliários (CNPI-TEM 910);
- Credenciado pela Apimec desde 2010;
Desenvolvedor do método DV de investimentos.
Henrique Tavares – Analista CNPI
- Analista CNPI (CNPI EM-3176);
- Credenciado pela Apimec;
- Formado em Engenharia Aeronáutica pela Universidade Federal Uberlândia (UFU).
Leonardo Gibelli – Analista CNPI-T
- Analista CNPI-T;
- Analista CNPI-T EM-3376 credenciado pela Apimec;
- Formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
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A DVinvest é a casa de análise fundada pelo renomado analista Dalton Vieira, que possui em sua equipe profissionais altamente especializados em análise fundamentalista e técnica de ações.
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