CazéTV: ganhos milionários e controvérsias nas Olimpíadas de 2024

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CazéTV: ganhos milionários e controvérsias nas Olimpíadas de 2024

19 ago 2024Última atualização: 19 agosto 2024

Igor BarbosaIgor Barbosa
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Casimiro Miguel Vieira da Silva Ferreira, conhecido como Cazé, é uma figura emblemática do streaming brasileiro. Com uma carreira que começou na internet, Cazé se consolidou como um dos maiores streamers do país, utilizando as plataformas Twitch e YouTube para alcançar milhões de espectadores.

Além de ser um influenciador digital, Casimiro é proprietário da CazéTV, canal que ganhou destaque nacional e internacional, especialmente durante eventos esportivos de grande porte, como a Copa do Mundo e as Olimpiadas.

Durante as Olimpíadas de Paris 2024, a CazéTV alcançou números impressionantes. Com 14,7 milhões de inscritos no YouTube, o canal conseguiu atrair 500 mil telespectadores simultâneos apenas na abertura dos jogos. Já na final do skate feminino com Rayssa Leal, por exemplo, acumulou 5,1 milhões de visualizações.

Fora das Olímpias, o recorde histórico de stream no Youtube também é do Cazé, durante transmissão de Brasil x Croácia na Copa do Mundo de 2022 no Catar com 6,9 milhões de usuários simultâneo.

Esses números evidenciam o poder de alcance e engajamento que a CazéTV possui, resultando em ganhos milionários para a plataforma e seus proprietários.

Além dos números

Além de números, é importante destacar participação de grandes nomes do esporte como Pedro Scooby, Lais Souza e de jornalistas como Fernanda Gentil.

Aos 37 anos, Fernanda mostrou-se segura e envolvente em suas coberturas, conseguindo equilibrar seriedade e bom humor com maestria.

Sua abordagem leve e espontânea conquistou os espectadores mais jovens e trouxe à tona a experiência e sensibilidade de uma profissional que já havia se destacado em programas como Globo Esporte e Esporte Espetacular.

A presença de Fernanda na CazéTV foi um ponto alto, agregando credibilidade à plataforma.

Mutirões

A CazéTV também inovou ao realizar "mutirões de seguidores", ações que durante as transmissões que para aumentar a relevância digital dos atletas brasileiros. Com o apoio da audiência engajada, vários atletas viram suas redes sociais crescerem em pouquíssimos minutos.

Gabriela Moneschi, goleira da Seleção Brasileira de Handebol, foi uma das primeiras a se beneficiar, passando de 23 mil para 340 mil seguidores.

Outros atletas, como a ginasta Julia Soares e a judoca Bia Souza, também tiveram um aumento gigante em sua base de seguidores, garantindo visibilidade e oportunidades de patrocínio fora do período olímpico.

Controvérsias e polêmicas

Uma das características marcantes das transmissões do canal é a descontração, que, embora divertida, pode ser perigosa. E o sucesso da CazéTV não veio sem controvérsias.

Durante a transmissão do programa Zona Olímpica, o comentarista Guilherme Beltrão fez uma declaração de teor sexual sobre os atletas do nado sincronizado, o que gerou uma onda de críticas nas redes sociais.

A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e a seleção brasileira de nado sincronizado expressaram seu descontentamento, destacando a importância do respeito e da responsabilidade na cobertura esportiva.

Outro episódio que gerou polêmica foi o comentário do surfista Marcelo Trekinho, que creditou o talento da surfista Tatiana Weston-Webb ao seu marido, Jesse Mendes.

Nas redes sociais, internautas criticaram a fala, apontando que minimizar as conquistas de atletas femininas ao associá-las a figuras masculinas é um exemplo claro de como o sexismo ainda persiste nas transmissões esportivas.

Futuro do jornalismo

Em um cenário onde o streaming se consolida como uma das principais formas de consumo de conteúdo, é importante refletir sobre os avanços e os números impressionantes que essa nova forma de comunicação tem proporcionado, especialmente para o esporte e para as gerações mais jovens, como a Geração Z.

Plataformas como a CazéTV têm desempenhado um papel fundamental na democratização da informação, ampliando o acesso à informação e engajando novos públicos que antes estavam desconectados dos meios tradicionais.

Nos últimos 20 anos, o jornalismo avançou significativamente, e o crescimento dos streamings reflete essa evolução, especialmente em eventos de grande porte como as Olimpíadas, que ampliam o acesso e criam novas oportunidades de cobertura.

Contudo, para que essa progressão continue de forma positiva, é fundamental que as plataformas digitais tenham critérios e responsabilidade, fortalecendo os pilares do jornalismo profissional.

Imagem: Divulgação

Igor Barbosa

Igor Barbosa

Jornalista, criador de conteúdo e apaixonado por comunicação.

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