Chamando o VAR
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Chamando o VAR
23 nov 2022•Última atualização: 20 junho 2024
Macro
O mercado aguarda no dia de hoje a ata do FOMC para entender quais são as divergências entre os membros do FED no que tange o aperto monetário por lá nos EUA.
Os investidores buscam pistas de qual será o pico de juros.
As estimativas hoje dão conta de 5% a 5,25% de taxa terminal, a divulgação da ata trará pistas importantes sobre a próxima reunião do FOMC que ocorre dentro de 20 dias e tem grande potencial de movimentar os mercados.
Na China começa a crescer protestos por parte de alguns trabalhadores diante de novos fechamentos para conter a Covid-19.
O contágio já está em patamares que não se via desde abril deste ano.
A China, como os investidores já estão acostumados, ainda mantém uma política bastante restritiva em relação a circulação de pessoas por conta do vírus, o que tem pressionado os mercados que sentem os efeitos de uma recessão se avizinhando juntamente com demanda mais fraca do gigante asiático em função das restrições.
No Brasil, deveremos voltar a usar máscaras obrigatoriamente nos aviões e aeroportos à medida que também cresce por aqui o número de infectados pela doença.
Pesa nos ativos locais também o conturbado cenário político que ganhou ontem importantes contornos com a já esperada contestação dos resultados do 2º turno pelo Partido Liberal, do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em coletiva de impressa ontem, foi afirmado que pelas urnas julgadas como válidas pelo PL, o Bolsonaro teria ganhado as eleições com 51% dos votos.
A repercussão da notícia foi mista nos mercados com um certo ceticismo de que a contestação vá para frente.
Por enquanto, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, solicitou ao partido que fosse incluído o 1º turno no questionamento, o que em tese, colocaria em xeque vários membros do próprio PL eleitos por essas urnas.
Mercado Interno
Enquanto ocorre o questionamento dos resultados, o mercado fica de olho também na transição entre os governos.
Operadores do mercado passam a precificar cada vez mais certo a possibilidade de Fernando Haddad ser o novo ministro da economia, abandonando a ideia de um candidato mais ao centro.
Desde o início do mês, quando começaram os anúncios da equipe de transição, o mercado de juros tem experimentado bastante volatilidade com declarações do presidente recém-eleito indo contra responsabilidade fiscal e a possibilidade da perda de âncoras fiscais importantes ao país.
Analisando a curva de juros, o mercado que antes precificava corte de juros para 2023 agora passa a acreditar em um possível aumento nas taxas, movimento esse que foi catalisado por um IPCA para o mês de outubro acima das expectativas.
Ativos de risco tendem a reagir negativamente nesse ambiente de maiores incertezas e de DIs futuros mais estressados.
O investidor deve ter cuidado com as novas contaminações pelo Covid que pode pressionar empresas do setor de turismo, as vésperas do final de ano, uma das datas mais importantes para o setor.
Análise Técnica
O Ibovespa, nessa terça-feira, finalizou o pregão com uma leve queda de 0,65% aos 109.040 pontos.
O índice pelo terceiro dia vem apresentando um movimento mais lateral entre os 109.000 e 109.750 pontos.
Apesar disso, o Ibovespa mantém uma expectativa mais negativa no curto prazo, em que o índice pode voltar a ser negociado nos 107.660 pontos (próximo nível importante mais abaixo), após esse movimento mais lateral.
Para a retomada de um viés mais positivo, o primeiro sinal seria a superação dos 112.500 pontos, ficando acima de região de preço importante e das médias móveis.
Mercado Externo
No exterior, o mercado também volta os olhos para os juros, porém, do FED.
Hoje sai a ata do FOMC onde os investidores devem compreender melhor o posicionamento e as divergências dos membros do FED para traçar melhores projeções da taxa terminal de juros.
Na Zona do Euro, notícias do PMI composto servem como um certo alívio para os mercados após o número de novembro vir em 47,8 subindo de 47,3 anteriormente.
O que indica ainda uma recessão, porém deve ser mais branda do que se estava imaginando anteriormente.
Análise Técnica
O S&P500 fechou essa terça-feira com uma alta de 1,31% aos 4.003 pontos.
Isso mostra o primeiro sinal de força, após sete pregões de um movimento mais lateral.
Dessa forma, a superação dos 4.006 pontos indica que o índice pode dar continuidade a tendência de alta que se encontra no curto prazo, onde o próximo nível importante seria os 4.118 pontos.
O que aumentaria o cenário negativo no curto prazo seria a perda da região de média móvel nos 3.912 pontos.
Commodities
O noticiário do petróleo segue de olho no teto de preços para o petróleo russo, que deve ficar entre USD 65 a USD 70 dólares o barril, especialistas divergem quanto a eficácia de se impor esse teto de preços.
O petróleo que antes subia agora reverte essa alta e passa a operar abaixo dos USD 80 (WTI).
Minério de ferro tem alta discreta na bolsa de Singapura de olho nas novas contaminações do Covid na China que devem frear a demanda.
Notícia de uma recessão mais branda na Europa deve ajudar a sustentar os preços.
Análise Técnica
O petróleo fechou essa terça-feira com uma leve alta de 0,57% aos USD 87,84/barril.
O ativo chegou a apresentar uma alta de 2,44% ao longo do dia, porém devolveu boa parte no fim dele.
Dessa forma, o ativo segue em tendência de baixa no curto prazo, mas pode passar por um processo de correção nos próximos dias.
Essa correção pode ser no tempo (movimento mais lateral) ou no preço (buscando a região de média móvel nos USD 90,97/barril).
Vale lembrar que para anular completamente a tendência de baixa que se encontra no curto prazo, o ativo precisa voltar a ser negociado nos USD 96,12/barril.
Analistas responsáveis
Dalton Vieira – Analista CNPI-T
- + 15 anos de experiência no mercado financeiro;
- Analista de valores mobiliários (CNPI-TEM 910);
- Credenciado pela Apimec desde 2010;
Desenvolvedor do método DV de investimentos.
Leonardo Gibelli – Analista CNPI-T
- Analista CNPI-T;
- Analista CNPI-T EM-3376 credenciado pela Apimec;
- Formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Erik Sala – Especialista Em FIIs E Renda Fixa
Graduando em Economia pela UFG e especialista em Fundos Imobiliários. Assistente de análise responsável pela carteira DV Renda Imobiliária.
Disclaimer
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DVinvest
A DVinvest é a casa de análise fundada pelo renomado analista Dalton Vieira, que possui em sua equipe profissionais altamente especializados em análise fundamentalista e técnica de ações.
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