Menor inflação, corte de juros e maior crescimento sustentam visão mais otimista para o país
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Menor inflação, corte de juros e maior crescimento sustentam visão mais otimista para o país
11 jul 2023•Última atualização: 21 junho 2024
No mês de junho, o foco do mercado esteve na incerteza em relação ao fim do ciclo de aperto monetário global, especialmente nos Estados Unidos.
Embora tenham sido observados sinais positivos de crescimento econômico nos EUA no primeiro semestre de 2023, com um mercado de trabalho robusto e perspectivas de inflação resilientes, dados mais recentes sugerem uma possível desaceleração econômica, com indicadores como pedidos de seguro-desemprego e número de horas trabalhadas mostrando piora na margem.
Na Europa, onde o ciclo de aperto monetário começou mais tarde, a situação ainda é desafiadora, com núcleos de inflação persistentemente acima da meta de 2% estabelecida pelo BCE, enquanto os indicadores de atividade econômica mostram enfraquecimento.
Como resultado, as autoridades têm indicado a necessidade de aumentos adicionais nas taxas de juros no segundo semestre para buscar a convergência da inflação às metas no médio prazo.
Na China, os dados de atividade econômica no segundo trimestre ficaram aquém das estimativas do mercado, levando à expectativa de que o governo implementará medidas para impulsionar a economia no segundo semestre.
Mercado local
No Brasil, os ativos locais tiveram um desempenho positivo em junho, impulsionados pelo otimismo global em relação ao país devido aos resultados econômicos positivos de curto prazo e um melhor ambiente para o avanço de votações importantes no Congresso.
Com revisões positivas para o crescimento do PIB este ano(que já se encontram acima de 2% uma expectativa de inflação convergindo para a meta nos próximos anos que permitiu ao Banco Central sinalizar o início do ciclo de corte de juros a partir da reunião de agosto.
Combinados a um avanço mais firme do Congresso sobre matérias como o Arcabouço Fiscal e a Reforma Tributária, houve uma redução significativa dos prêmios de risco sobre ativos brasileiros, que parecem ter refletido bem os novos fundamentos.
Os desafios políticos e econômicos persistem, porém é possível que melhora da interlocução do Governo com o Congresso gere frutos positivos para a economia brasileira no futuro, especialmente com o avanço da extremamente difícil, mas necessária, Reforma Tributária.
Para frente, seguimos aguardando "a recessão que nunca chega" no cenário internacional, assim como a proximidade do encerramento do ciclo de aperto monetário global e seu impacto nos mercados internacionais e locais.
Inflação, taxa de juros, bolsa e dólar
No Brasil, a expectativa em torno do início do ciclo de redução das taxas de juros e as incertezas quanto à magnitude desses cortes, o progresso das reformas no Congresso Nacional e seus desdobramentos ocuparão o centro das atenções.
Fatores como menor inflação, corte de juros e maior crescimento esperados sustentam uma visão mais otimista para o país no terceiro trimestre de 2023.
No entanto, é importante mencionar que esse impulso positivo pode ser moderado pela possibilidade de uma queda natural da atividade econômica mais adiante, devido a um cenário global menos favorável, especialmente no setor de commodities.
Mantemos a visão de que o mercado precifica um cenário quase perfeito na magnitude dos cortes de juros embutidos na curva nominal, reduzindo a atratividade de posições aplicadas em vértices curtos.
Quanto à bolsa brasileira, seguimos com visão neutra, e, por fim, entendemos que o dólar pode apresentar retorno positivo contra as moedas globais, recuperando-se da fraca performance dos últimos meses.
Mas ainda não vemos tal movimento com força suficiente para levar o USDBRL para patamares acima de R$5,00 no curto prazo.
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