Vamos com calma

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Vamos com calma

6 out 2022Última atualização: 20 junho 2024

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Quinta-feira de agenda mais tímida, promete investidores ainda cautelosos com sentimentos mistos em relação ao desempenho das economias globais. Depois de começarmos a semana tomados por forte otimismo, a onda de realidade parece voltar a bater a porta.

Discursos de membros do FED seguem guiando investidores na direção da aversão ao risco, enquanto, por aqui, o cenário político deixa um rastro de incertezas nos mercados.

Abertura do mercado no Brasil

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No Brasil, agora pela manhã a FGV divulgou o IGP-DI, índice geral de preços – disponibilidade interna. A medição, assim como seus pares tinha uma estimativa deflacionária, nesse caso, uma queda de 0,85% era esperada nos preços de setembro. O número reportado há pouco, mostrou deflação de 1,22%, uma queda maior que a esperada, que sinaliza a desaceleração de pressões inflacionárias.

Os dados de inflação apresentados mais recentemente seguem tirando pressão do Banco Central, que deve adotar a estabilidade das taxas em patamar elevado por um período maior de tempo, mas, ao que tudo indica, deve começar o processo de redução já no próximo ano. Opções de Copom negociadas na B3, inclusive já precificam probabilidade de 9,75% de redução na taxa no encontro de dezembro desse ano.

O alívio nos preços deve ter efeito direto na parte longa da curva de juros futuros, que continua fechando. Por outro lado, apesar da desaceleração de preços, os vértices mais longos podem ser pressionados pelo risco fiscal. O candidato Lula, que lidera as pesquisas mais recentes, segue defendendo o fim do teto de gastos, e sua equipe discute propostas de substituição da medida. A incerteza envolvendo o plano político podem levar a abertura da curva.

No campo de divulgações, além do IGP-DI, dados de produção e vendas de veículos serão divulgados às 9h. E o dia deve contar ainda com leilão de prefixados. Serão ofertados NTN-Fs com vencimento em 2029 e 2033, além de LTNs para os vencimentos de 2023, 2024 e 2026.

Abertura do mercado nos EUA

Nos EUA, o tema da semana tem sido a contradição de indicadores, que fazem uma cortina de fumaça sobre o desempenho da economia norte-americana. Dados de inflação ainda em ritmo acelerado e escalada do juro vinham se desencontrando com dados de empregos que mostravam pujança do mercado de trabalho.

Ao longo dessa semana, o relatório JOLTS de oferta de empregos mostrou resultado abaixo das expectativas, além de PMI da indústria que mostrou resultado mais fraco, o que levou muitos acreditarem que, finalmente, o aperto monetário freava a economia, o que levaria o FED a adotar postura mais amena em breve.

Ontem, no entanto, o relatório de empregos privados ADP, tinha estimativa de saldo líquido de 200 mil cargos, e entregou no mês de setembro 208 mil novas vagas. A informação deixou mercados novamente em alerta e ainda mais ansiosos para os dados de payroll, salários e taxa de desemprego que serão divulgados amanhã.

O otimismo com o FED dovish parece ter se esgotado depois de dois pregões de uma euforia pouco justificável. O cenário de apertos segue em curso, e discursos de membros do FED continuam a defender as medidas mais agressivas. Ontem, Raphael Bostic, Presidente do FED de Atlanta, reforçou que o combate à inflação está apenas no começo. Na mesma linha, Mary Daly, Presidente do FED de San Francisco, afirmou que a visão de que o comitê cortará juros já no próximo ano, está equivocada, e que o Banco Central deve se manter rígido no propósito de conduzir a inflação para a meta de 2%.

Na agenda de hoje, dados de pedidos de seguro-desemprego na primeira semana de outubro podem movimentar o dia e ser outro indicador importante na avaliação da saúde do mercado de trabalho norte-americano.

Abertura do mercado na Europa

Na Europa, o dia foi novamente marcado por divulgações de PMIs nas principais economias da região. Os índices de gerentes de compras da atividade de construção vieram em sua maior parte em linha com estimativas, mas continuam mostrando retração do desempenho. Destaque positivo ficou por conta do Reino Unido que entregou PMI de construção em 52,3, muito acima dos 48 pontos que eram esperados.

Na zona do euro, é divulgada agora pela manhã a Ata do último encontro do Banco Central Europeu (BCE). O documento deve trazer informações importantes a respeito da decisão que levou os juros na região para 1,25%. Membros do BCE continuam defendendo novos apertos mais agressivos para conter os índices de preções que seguem escalando na zona do euro.

Mercado Interno

O Ibovespa emendou o quarto pregão de alta, subindo 0,83% no dia de ontem. O cenário eleitoral, apesar de ainda muito incerto e inspirar cuidados, mostrou maior disputa do que se espera, e consequentemente, deve sinalizar para maior moderação de discursos e maior alinhamento de estratégias econômicas, o que agrada o mercado.

Vale destacar que cerca de R$ 2,4 bilhões chegaram à bolsa brasileira em fluxos estrangeiros na segunda-feira.

Análise técnica Ibovespa

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O Ibovespa, com o fechamento de ontem em leve alta, vem mostrando um movimento forte de subida, sendo o quarto dia consecutivo. Toda essa alta acumulada representou +10,22%, considerando de sua mínima máxima até sua mínima. Por isso a expectativa segue positiva, em que o próximo nível mais acima seria os 121.500 pontos.

Caso o índice supere os 117.515 pontos, aumenta-se a probabilidade de continuação desse movimento de alta já no curto prazo. Lembrando que é importante ter cautela para operações na ponta compradora, pois após esse movimento de subida forte, o índice pode apresentar uma correção.

Já a perda dos 115.830 pontos indica a formação de um possível topo, onde o índice pode passar por uma correção (um repique de baixa) no curto prazo. Essa correção pode ser no tempo, apresentando um movimento mais lateral, ou no preço, buscando a região dos 113.800 pontos.

Mercado Externo

Nos EUA, o índice S&P 500 recuou 0,20% no pregão de ontem depois das fortes altas de segunda e terça.

Membros do FED continuam defendendo novos apertos e maior rigidez na política monetária, o que pesa sobre as ações, que se recuperavam com perspectivas de abrandamento do FED.

Dados que apontavam para desaceleração das atividades econômicas no país, voltam a crescer os riscos de recessão enquanto a escalada de juros continua por lá.

Análise técnica S&P500

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O S&P500, analisando o gráfico diário, apresentou uma leve baixa, porém, se mantendo acima dos 3.750 pontos, o que é um sinal positivo. A superação dos 3.800 pontos retoma essa expectativa mais positiva de continuação desse movimento de alta no curto prazo.

Já a perda dos 3.720 pontos, aumenta a probabilidade de o índice buscar a região dos 3.590 pontos. Vale salientar que o S&P ainda não anulou a tendência de baixa no curto prazo. Para isso, o índice deve buscar a região dos 4.120 pontos.

No médio prazo, gráfico semanal, o S&P está apresentando a primeira semana de alta. O que seria uma correção no preço, onde pode buscar a região dos 3.900 pontos.

Commodities

O minério de ferro completou a madrugada novamente em alta. A China, maior importadora da commodity segue em feriado da Semana Dourada, o que para as atividades. Com isso, o preço tem tido pouca oscilação com o grande driver de preços fora do mercado. Na noite de hoje, deve ser divulgado o PMI Industrial Caixin, que deve trazer maior clareza sobre o desempenho das atividades por lá, e pode impactar os preços do minério.

O petróleo negocia em leve queda na manhã de hoje. A Opep+, grupo de países exportadores de petróleo, definiu por um corte na produção de 2 milhões de barris por dia, equivalente a 2% da demanda global. O movimento deve pressionar as contações da commodity, mas existe ainda a possibilidade de a alta no preço voltar a degradar ainda mais a demanda.

Análise técnica petróleo

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O petróleo apresentou uma alta significativa caminhando em direção aos USD 94,54/barril no curto prazo. Esse movimento de alta que se iniciou em 27 de setembro, já representou um acumulado de 12,98% considerando de sua mínima até sua máxima.

Entretanto, vale salientar que ainda não anulou a tendência de baixa no curto prazo, onde teria que superar a região dos USD 96,55/barril. Posto isso, para uma perspectiva mais limpa/clara, o interessante é aguardar tal sinalização.

Já no médio prazo o petróleo estaria passando por uma correção, ou seja, um leve repique de alta. Mas, segue em uma tendência de baixa no médio prazo.

Analistas responsáveis

Dalton Vieira – Analista CNPI-T

  • + 15 anos de experiência no mercado financeiro;
  • Analista de valores mobiliários (CNPI-TEM 910);
  • Credenciado pela Apimec desde 2010;

    Desenvolvedor do método DV de investimentos.

Henrique Tavares – Analista CNPI

  • Analista CNPI (CNPI EM-3176);
  • Credenciado pela Apimec;
  • Formado em Engenharia Aeronáutica pela Universidade Federal Uberlândia (UFU).

Leonardo Gibelli

  • Analista CNPI-T;
  • Analista CNPI-T EM-3376 credenciado pela Apimec;
  • Formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Disclaimer

De acordo com a Resolução CVM nº 20, de 25 de fevereiro de 2021, Art. 21º, declaro que as análises realizadas neste relatório refletem única e exclusivamente a opinião dos autores, e foram elaboradas de forma independente e autônoma.

De acordo com o art. 21 da ICVM 598/18, caso o Analista esteja em situação que possa afetar a imparcialidade do relatório ou que configure ou possa configurar conflito de interesse, este fato deverá estar explicitado no campo “Conflitos de Interesse” deste relatório.

As informações, estimativas e projeções contidas neste relatório referem-se à data de publicação e estão sujeitas a mudanças, não implicando necessariamente na obrigação de qualquer comunicação no sentido de atualização ou revisão com respeito a tal alteração.

As plataformas usadas para realização deste relatório são Bloomberg e Profit (Nelogica), além de portais de notícias nacionais e internacionais devidamente identificados quando utilizados.

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A DVinvest é a casa de análise fundada pelo renomado analista Dalton Vieira, que possui em sua equipe profissionais altamente especializados em análise fundamentalista e técnica de ações.

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