BEEF3: análise de resultado corporativo do Minerva    

A Minerva (BEEF3) reportou lucro líquido de R$ 141 milhões, 0,3% menor que no mesmo período de 2022. Segundo o release de resultados da maior exportadora de carne bovina da América do Sul, o crescimento na comparação com o 2T23 foi de 16,8%. Assim, totalizando um lucro líquido acumulado de R$ 350,0 milhões nos últimos doze meses.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) caiu 11,5% na comparação, para R$ 713,7 milhões, e a receita registrou queda de 16,2%, para R$ 7,068 bilhões.

“Os nove primeiros meses de 2023 foram marcados pelo sólido conjunto de resultados operacionais e financeiros, sempre com foco, disciplina e consistência, consolidando nossa posição como um dos principais players globais do mercado de carne bovina”, diz a empresa.

Receita

A receita bruta totalizou R$ 7,6 bilhões no 3T23. “Um dos principais destaques do trimestre foi a nossa geração de caixa, que alcançou R$ 608,1 milhões, e acumula R$ 1,2 bilhão nos últimos 12 meses”, diz a empresa.

Ainda de acordo com a Minerva, o footprint operacional da empresa, distribuído pela América do Sul e Austrália, continua sendo um dos principais pilares estratégicos da companhia. “Exercendo papel fundamental na manutenção da rentabilidade e atuando como um importante agente mitigador de riscos”, diz.

Análise de resultado BEEF3 (3T23)

Renato Reis, analista fundamentalista da DVinvest que faz análises dos resultados corporativos para o It’s Money, diz que, operacionalmente, o resultado veio em linha com o que foi visto nos últimos trimestres. Assim, os custos melhoraram com uma evolução no ciclo do gado, mas as despesas pioraram devido a uma maior remuneração dos funcionários, mantendo a margem de lucro estável.

“A dívida incomoda, o que sempre foi o ponto fraco da Minerva, além dos hedges, que consumiam tudo que a operação gerava e fizeram a empresa dar prejuízo em praticamente todos os anos antes da pandemia”, diz,

Para ele, esse aumento na alavancagem para adquirir os ativos da Marfrig pode gerar um ganho operacional relevante, mas tenho um pouco de medo da dívida devido ao histórico, então prefiro ficar de fora.

Histórico de resultados corporativos da BEEF3

A Minerva Foods (BEEF3) reportou lucro líquido de R$ 120,7 milhões no segundo trimestre de 2023 (2T23). Assim, teve uma queda de 71,6% em relação ao mesmo período de 2022.

Por outro lado, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), recuou 8,6% no mesmo período, para R$ 711,2 milhões. Já a margem Ebitda subiu de 9,2% para 9,8% e a receita líquida diminuiu 14,1%, para R$ 7,277 bilhões.

Da receita bruta de R$ 7,759 bilhões alcançada no 2T23 (13,4% menos que um ano antes). As vendas no mercado externo representaram R$ 5,108 bilhões (queda de 19,8%).

Já nos mercados internos em que atua, o montante chegou a R$ 2,651 bilhões (alta de 2,1%), puxado pelo Brasil.

Assim, no total, os abates de bovinos da companhia, que nessa frente atua em Brasil, Argentina, Colômbia, Paraguai e Uruguai, chegaram a 1,021 milhão de cabeças, 1,4% menos que entre abril e junho do ano passado.

Quedas

De acordo com Edison Ticle, CFO da Minerva (BEEF3), a queda da receita decorreu, em grande parte, da redução de custos e dos preços da carne bovina no período.

Já a retração do lucro líquido foi creditada à elevada base de comparação. Uma vez que no segundo trimestre de 2022 o resultado contou com efeitos não recorrentes relacionados à variação cambial.

Por fim, ainda em seu release de resultados, a Minerva também afirma está mais animada com o mercado brasileiro. Onde os custos estão em baixa e o consumo dá sinais de reação.

De acordo com Edison Ticle, CFO da companhia, o início da queda da Selic deverá beneficiar as vendas neste trimestre e no próximo, quando sazonalmente o consumo costuma crescer.

Análise de resultado BEEF3 (2T23)

Renato Reis, analista fundamentalista da DVinvest, diz que a receita veio acima do projetado, mas as despesas vieram um pouco piores. “Com a Minerva precisando pagar alguns valores que não estavam dentro das contas antigas.”

Com o caixa atual suportando o endividamento para os próximos três anos, Renato analisa como confortável a situação da empresa.