Economia retrai 0,4% em setembro segundo Monitor do PIB-FGV
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Economia retrai 0,4% em setembro segundo Monitor do PIB-FGV
21 nov 2022•Última atualização: 20 junho 2024
A atividade econômica no terceiro trimestre registrou um crescimento de 0,4% em comparação ao segundo trimestre, considerando os dados com ajuste sazonal.
Esse é o número divulgado pelo Monitor do PIB-FGV que também indicou que, na comparação interanual, o crescimento da economia no terceiro trimestre foi de 3,2%.
Na análise mensal, a economia retraiu 0,4% em setembro, comparado a agosto e cresceu 2,3% com relação a setembro de 2021
Segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, o crescimento de 0,4% do PIB no terceiro trimestre reflete o desempenho positivo das três grandes atividades econômicas (agropecuária, indústria e serviços) e de todos os componentes da demanda.
“Apesar desse desempenho positivo, o resultado do terceiro trimestre mostra perda de força da economia, por apresentar taxa de crescimento menor do que as observadas no primeiro e no segundo trimestre do ano”, afirma.
Ainda de acordo com Juliana, o Monitor do PIB-FGV mostra que o recuo registrado em setembro é o segundo consecutivo da atividade econômica e sinaliza dificuldade de a economia manter o ritmo de crescimento registrado no início do ano.
“Não é surpresa que os juros em patamares elevados tenham se refletido em dificuldade para a economia no segundo semestre. Graças aos estímulos fiscais que ocorreram na economia ao longo do ano, o início do enfraquecimento econômico de certa forma demorou a chegar”, explica Juliana.
Neste número, foram incorporadas as novas taxas anuais de 2020 e a nova estrutura de ponderação para 2021, recém pulicados pelo IBGE.
A partir disso, os números trimestrais de referência das Contas Nacionais Trimestrais (CNT), divulgados até o segundo trimestre de 2022, foram compatibilizados com os novos dados anuais divulgados.
Conforme divulgado pelo IBGE em 4 de novembro, a taxa de variação do PIB de 2020 foi revisada de -3,9% para -3,3%.
Ao adotar a nova estrutura de ponderação para o ano de 2021, o Monitor do PIB estima que a taxa de crescimento do PIB de 2021 foi de 4,7%, ligeiramente superior a anterior (4,6%) divulgada nas CNT.
Outra novidade deste número é a adoção do método Denton para compatibilização das séries mensais elaboradas pelo Monitor aos dados oficiais trimestrais do IBGE divulgados nas CNT.
Análise desagregada
A análise gráfica desagregada dos componentes da demanda foi realizada na série trimestral interanual por apresentar menor volatilidade do que as taxas mensais e aquelas ajustadas sazonalmente, permitindo melhor compreensão da trajetória de seus componentes.
Consumo das famílias
O consumo das famílias cresceu 5,6% no terceiro trimestre. O crescimento segue impulsionado pelo consumo de serviços. Desde o segundo trimestre o consumo de produtos não duráveis também tem apresentado relevância para o crescimento do consumo das famílias. Destaca-se a queda continuada do consumo dos produtos duráveis desde o terceiro trimestre de 2021.
Formação bruta de capital fixo (FBCF)
A FBCF cresceu 5,6% no terceiro trimestre. O principal responsável por este crescimento foi o segmento de máquinas e equipamentos.
Embora este segmento tenha iniciado o ano com taxas expressivamente negativas, passou a crescer desde o trimestre móvel findo em julho.
Esse crescimento é explicado principalmente pelo desempenho das máquinas e equipamentos importados.
Exportação
A exportação de bens e serviços cresceu 6,3% no terceiro trimestre.
Este crescimento foi devido ao crescimento de praticamente todos os segmentos, com destaque para as maiores contribuições da exportação de bens intermediários e dos serviços.
O único segmento da exportação que retraiu foi o da extrativa mineral que recuou 0,9%.
Importação
A importação de bens e serviços cresceu 7,4% no terceiro trimestre.
O desempenho positivo da importação de serviços, bens intermediários e bens de capital contribuíram para esse crescimento.
PIB-FGV em valores
Em termos monetários, estima-se que o acumulado do PIB até o terceiro trimestre de 2022, em valores correntes, foi de R$ 7 trilhões 235 bilhões e 825 milhões.
Redação It's Money
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