IPCA agosto: inflação sobe para 0,23% no Brasil
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IPCA agosto: inflação sobe para 0,23% no Brasil
12 set 2023•Última atualização: 20 junho 2024
O IPCA agosto subiu no Brasil. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 0,23% no mês passado. Ou seja, ficou 0,11 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de 0,12% registrada em julho. Assim, no ano, o IPCA acumula alta de 3,23% e, nos últimos 12 meses, de 4,61%. Em agosto de 2022, a variação foi de -0,36%.
Segundo Andrea Damico, economista chefe da Armor Capital, disse que o resultado ficou abaixo da mediana de mercado (que estava em 0,27%) e é considerado muito bom. "Acreditamos, ainda, que essas surpresas mais benignas com inflação ainda vão gerar algum arrefecimento das expectativas de inflação. Assim, continuamos vislumbrando uma estabilização da atividade econômica, uma moderação no terceiro e no quarto trimestre", disse.
Para Alex Agostini, economista chefe da Austin Rating, que estava com expectativa de 0,31% para o índice, explicou que o desvio veio do grupo de Transportes. "Achávamos que o reajuste dos combustíveis em meados de agosto pudessem ter uma alta mais forte no grupo, e não houve. Foi uma alta mais moderada." Ainda de acordo com ele, o resultado é muito positivo. "Agora, neste momento, o IPCA estaria dentro da meta", explica.
IPCA sobe
Dessa forma, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta no mês de agosto. O maior impacto positivo (0,17 p.p) e a maior variação (1,11%) vieram de Habitação.
Destacam-se, ainda, as altas de Saúde e cuidados pessoais (0,58% e 0,08 p.p.) e Transportes (0,34% e 0,07 p.p.). No lado das quedas, o grupo Alimentação e bebidas caiu pelo terceiro mês consecutivo (-0,85% e -0,18 p.p.). Os demais grupos ficaram entre o -0,09% de Comunicação e o 0,69% de Educação.
Alimentação
A queda do grupo Alimentação e bebidas no IPCA agosto (-0,85%) deve-se principalmente ao recuo nos preços da alimentação no domicílio (-1,26%). Destacam-se as quedas da batata-inglesa (-12,92%), do feijão-carioca (-8,27%), do tomate (-7,91%), do leite longa vida (-3,35%), do frango em pedaços (-2,57%) e das carnes (-1,90%). No lado das altas, o arroz (1,14%) e as frutas (0,49%) subiram de preço, com destaque para o limão (51,11%) e para a banana-d’água (4,90%).
A alimentação fora do domicílio (0,22%) registrou variação próxima à do mês anterior (0,21%), em virtude das altas do lanche (0,30%) e da refeição (0,18%). Em julho, as variações desses subitens haviam sido de 0,49% e 0,15%, respectivamente.
Habitação
No IPCA agosto, no grupo Habitação (1,11%), a maior contribuição (0,18 p.p.) veio da energia elétrica residencial (4,59%), influenciada pelo fim da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas do mês anterior. Além disso, reajustes foram aplicados em quatro áreas: Vitória (9,64%), onde o reajuste de 3,20% teve vigência a partir de 7 de agosto; Belém (8,84%), com reajuste de 9,40% a partir de 15 de agosto; São Luís (7,03%), com reajuste de 10,43% com vigência a partir de 28 de agosto; e São Paulo (3,94%), onde o reajuste de -1,13% foi aplicado a partir de 4 de julho, em uma das concessionárias pesquisadas.
A aceleração de Saúde e cuidados pessoais (0,58%) deve-se ao resultado dos itens de higiene pessoal, que passaram de -0,37% em julho para 0,81% em agosto. Houve alta nos preços dos produtos para pele (4,50%) e dos perfumes (1,57%).
Transportes e educação
Por outro lado, no grupo dos Transportes (0,34%), destacam-se as altas do automóvel novo (1,71%) e da gasolina (1,24%). Em relação aos demais combustíveis (0,87%), o óleo diesel subiu 8,54%, enquanto o etanol (-4,26%) e o gás veicular (-0,72%) caíram. Após a alta de 4,97% em julho, as passagens aéreas (-11,69%) registraram queda em agosto.
Os preços do grupo Educação subiram 0,69%. Nos cursos regulares (0,72%), apenas os cursos de pós-graduação (-0,78%) tiveram recuo nos preços. As maiores variações vieram dos cursos técnicos (2,14%), das creches (1,86%) e do ensino superior (1,12%).
Por fim, para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados de 29 de julho a 29 de agosto de 2023 (referência) com os preços vigentes entre 29 de junho e 28 de julho de 2023 (base).
O IBGE calcula o IPCA desde 1980. Ele se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
Raissa Scheffer
Raissa Scheffer (MTB: 0051926/SP) é jornalista com 16 anos de experiência em economia. Foi repórter e editora na Gazeta de Ribeirão e Jornal ACidade. Com passagens pela EPTV Ribeirão, Portal Terra, TV Record e Portal Revide.
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