Setor de serviço cresce 0,5% em julho, diz IBGE

O setor de serviço do Brasil cresceu 0,5% em julho deste ano, na comparação com o mês anterior. Assim, essa foi a terceira alta consecutiva do indicador, que acumula ganhos de 2,2% nesse período de três meses.

Além disso, os serviços também apresentaram altas de 3,5% na comparação com julho do ano passado. No acumulado se do ano o índice ficou em 4,5%  e no acumulado de 12 meses em 6%.

Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgados nesta quinta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Porém, com o resultado, o setor de serviços está 12,8% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020). Ainda assim, o índice está 0,9% abaixo do patamar de dezembro do ano passado. Neste período, ele atingiu volume recorde da série histórica iniciada em 2012.

Ademais, segundo o IBGE, receita nominal do setor de serviços apresentou taxas de crescimento de 0,2% na comparação com junho. 4,6% em relação a julho do ano passado e 8,5% no acumulado do ano e 11% no acumulado de 12 meses.

A economista e RI da Esh Capital, Ariane Benedito, avaliou que o dado contribui para uma melhor perspectiva do nível de atividade brasileira, mas também nos deixa reticentes com a parcela da inflação doméstica.

"Isolando a variável de atividade, a condição de melhora da receita das empresas que atuam nos segmentos de transporte rodoviário de cargas; armazenamento; transporte por navegação interior de carga; navegação de apoio marítimo e portuário; e rodoviário coletivo de passageiros, que impulsionou o resultado no grupo de transportes, responde ao crescimento as expectativas de consumo interno", explicou a economista.

Setor de serviço por atividade

Três das cinco atividades investigadas pelo IBGE apresentaram alta no volume na passagem de junho para julho, com destaque para os transportes (0,6%).

Segundo o pesquisador do IBGE Rodrigo Lobo, o setor é puxado pelo transporte de cargas rodoviário, que vem registrando crescimento desde o pós-pandemia, devido ao comércio eletrônico.

Mais recentemente também há demanda do transporte rodoviário de cargas pelo setor agrícola. “O LSPA [Levantamento Sistemático da Produção Agrícola] vem prevendo uma série de recordes de safra para o milho e a soja. Isso aumenta muito a demanda do transporte de cargas, tanto pelo fluxo de insumos, como os fertilizantes, quanto pelo próprio escoamento da produção agrícola”, afirma o pesquisador.

Além dos transportes, também apresentaram alta os setores de serviços prestados às famílias (1%) e de outros serviços (0,3%).

"No caso de preços, serviços prestados às famílias está em linha com os últimos dados de mercado de trabalho, que mostram continuidade de melhora na renda e reflete no crescimento do setor" avaliou Ariane Benedito.

Por outro lado, apresentaram queda os serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,1%) e informação e comunicação (-0,2%).

As atividades turísticas, analisadas separadamente pela PMS, apresentaram crescimento 0,7% de junho para julho. Com isso, o segmento se encontra 6,2% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 1,4% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.

"Vale destacar, que não esperamos mudanças na política monetária do Banco Central para as próximas reuniões, mesmo com algum movimento altista no IPCA nos próximos meses. A nossa expectativa é de continuidade qualitativa para o setor de serviços para a medição de agosto. Porém, em menor magnitude e com os mesmos vetores de impacto dos três grupos que apresentaram crescimento no mês de julho", concluiu a economista

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Imagem: © Marcelo Camargo/Agência Brasil