Carteira diversificada de investimentos: como montar?
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Carteira diversificada de investimentos: como montar?
22 fev 2023•Última atualização: 21 junho 2024
A diversificação da carteira de investimentos é uma pauta constante no mundo de quem aplica dinheiro. Então, provavelmente você já ouviu falar do quanto é importante diversificar, acertamos?
E esse conceito popular na verdade está correto. Diversificar com a tática adequada, de fato, traz segurança e rentabilidade.
Porém, é preciso tomar algum cuidado. Isso porque a diversificação sem estratégia pode prejudicar a saúde financeira do seu portfólio e, consequentemente, os resultados dos investimentos.
Em outras palavras, alocar dinheiro em produtos que você não conhece direito pode ser bastante arriscado. Por isso, antes de fazer seus movimentos, vale a pena se informar.
E estamos aqui para te ajudar nessa! Acompanhe nosso artigo e entenda a melhor forma de montar uma carteira diversificada de investimentos.
Por que é importante diversificar os investimentos?
Diversificar os investimentos é importante porque traz mais segurança para a carteira, além de aumentar o potencial dos rendimentos. Também é indispensável diversificar para ter seus investimentos alinhados com suas metas e momentos de vida.
Entenda como isso acontece.
Mais segurança
Ao dividir o capital em mais de um tipo de investimento, seus resultados não serão tão prejudicados caso algum ativo sofra queda. É uma forma de diluir os riscos e seus impactos.
Isso acontece porque geralmente quando um investimento cai, outro aumenta. Essa característica do mercado equilibra a carteira como um todo. Resumidamente, se você acabar perdendo de um lado, provavelmente termina ganhando de outro.
Maior rentabilidade
Diversificar é importante porque aumenta as chances de aproveitamento de oportunidades de negócio distintas.
Quer um exemplo? Ao investir apenas em empresas brasileiras, você perde de ganhar dinheiro com a alta do dólar ou com alguma política internacional favorável.
Já ao aplicar uma parte do capital em ativos estrangeiros ou dolarizados, é possível lucrar com a moeda norte-americana e ainda participar de algumas das melhores empresas do mundo.
Alinhamento com seus objetivos
Outro motivo pelo qual é importante diversificar os investimentos é a necessidade de alinhá-los com seus objetivos, que podem ser vários.
O recomendado é ter pelo menos um investimento para ser sua reserva de emergência, outro para auxiliar na sua aposentadoria e outro para cumprir metas pontuais durante a vida.
Investir para comprar um apartamento ou para viajar são exemplos desses objetivos menores que acontecem de tempos em tempos.
Se você tem apenas um investimento, precisará mexer nele cada vez que algum desses momentos chegar - o que acaba comprometendo a rentabilidade e a saúde das metas.
Isso pode, inclusive, desestimulá-lo a continuar investindo.
É por isso que até mesmo os grandes investidores apostam na estratégia da diversificação, que é indicada para todos os perfis.
Como é uma carteira diversificada?
Uma carteira diversificada não significa ter inúmeros ativos em uma mesma categoria. A diversificação real acontece quando são incluídas naturezas distintas no seu portfólio de investimentos.
Na prática, basicamente estamos falando de ter diferentes ativos de renda fixa e diferentes ativos de renda variável.
Agora, a proporção entre eles e o quanto de dinheiro cada um vai receber é um aspecto que depende da sua análise particular ou da recomendação do seu assessor. Isso porque a divisão deve considerar a tríade: perfil, estratégia e objetivos de curto, médio e longo prazo.
Essencialmente, a escolha de ativos e seus respectivos pesos considera o nível de risco que eles apresentam.
Portanto, para selecionar os ativos da sua carteira, o ponto de partida é analisar os riscos e definir quais fazem sentido para os prazos dos investimentos.
Além disso, é preciso considerar ativos que sejam descorrelacionados.
Isso significa não depender apenas da alta da taxa de juros, ou apenas do índice Ibovespa ou somente da inflação. É preciso dividir seus investimentos entre as diferentes classes para não perder rentabilidade, proteger a carteira e lucrar mais.
Contudo, diversificar não significa pulverizar — que é alocar dinheiro num grande número de ativos, sem grande critério. Aplicar em investimentos demais e sem uma estratégia bem definida pode acabar diluindo também a sua rentabilidade.
Como montar uma carteira de investimentos: passo a passo
Veja abaixo algumas dicas para montar uma carteira de investimentos diversificada, em nosso passo a passo.
Saiba seu perfil de investidor
O primeiro passo é saber qual é o seu perfil de investidor.
Se já tiver conta em uma corretora de valores, basta entrar na página ou no aplicativo dela e então responder a algumas perguntas básicas sobre a sua forma de lidar com dinheiro, investimentos e riscos.
Geralmente, são cerca de 12 perguntas num formulário. Alguns aplicativos de bancos também contém esse questionário, na aba de investimentos. Ao final, o resultado mostrará se você se encaixa mais no perfil conservador, o moderado, ou arrojado.
Ainda, você pode contar com profissionais para levantar o seu perfil e detectar com muito mais precisão qual é o seu estilo de investir.
Monte uma reserva de emergência
O recomendado por analistas do mercado é montar uma carteira de investimentos diversificada, considerando sempre uma reserva de emergência. Essa etapa é praticamente obrigatória nos manuais de saúde financeira.
Os investimentos para reserva de emergência devem ser mais estáveis e de alta liquidez. Ou seja: é preciso que seja fácil e rápido dar baixa do investimento e ter acesso ao dinheiro no caso de algum imprevisto.
Quanto ao valor, varia de acordo com a sua realidade. Se você for autônomo, recomenda-se que a reserva de emergência corresponda ao suficiente para pagar despesas fixas por cerca de 1 ano.
Caso seja colaborador de alguma empresa ou tenha renda fixa, pode diminuir o tempo de garantia para cerca de 6 meses.
Planeje a sua previdência
O próximo passo para ter uma carteira diversificada, funcional e segura, é traçar um plano de previdência através dos investimentos. Isso dará mais tranquilidade para você e sua família no futuro.
Pensando na sua aposentadoria, você pode investir em planos de previdência privada - como PGBL ou VGBL - ou ainda aplicar em fundos de investimento. Nesse sentido, também é possível montar uma carteira mista entre fundos, títulos e ações.
O principal é que esses investimentos respeitem principalmente o seu perfil de risco e o rendimento a longo prazo.
Invista conforme as suas metas
Depois que tiver consolidado sua reserva de emergência e seu plano de previdência, planeje-se para fazer os aportes mensais necessários para alcançar seus objetivos e potencializar os resultados dos seus investimentos.
Após essas duas importantes etapas iniciais, se você tiver mais dinheiro disponível para investir, pode fazer aplicações considerando outras metas.
Por exemplo, se quiser fazer uma viagem grande dentro de 1 ou 2 anos, faça um investimento que te traga a rentabilidade necessária mas que não seja muito volátil - até porque o prazo é curto.
Porém, se tiver um objetivo para alcançar daqui a 10 anos, como comprar uma casa, pode ser possível aplicar tudo em renda variável - como ações.
Isso funciona bem desde que toda a sua carteira esteja equilibrada e diversificada (com a reserva de emergência e o investimento para a aposentadoria garantidos).
Aprimore seus investimentos
E, por último, o indicado é aperfeiçoar a qualidade das suas escolhas de investimento sempre que possível. Mesmo um investimento a longo prazo precisa de uma carteira bem gerida, com verificação frequente da rentabilidade e das outras opções do mercado.
Além de fazer os aportes mensais, é interessante estar atento a qual dos investimentos está com a melhor remuneração. Assim, é possível alocar uma parte maior do capital para ele, mesmo que temporariamente.
Isso se chama rebalanceamento de carteira e é bastante indicado pelos especialistas em investimentos.
Porém, não esqueça de considerar o imposto de renda e taxas que recaem sobre investimentos que você ainda não têm.
Isso porque basear-se apenas na remuneração de um ativo pode ser perigoso. Nesse sentido, para conseguir administrar todas essas informações, principalmente ao longo dos anos, você pode contar com o auxílio de um assessor de investimentos.
Até porque pode ser difícil montar uma carteira diversificada, segura, rentável e fazer a gestão dela de maneira eficiente. A diversificação depende do conhecimento dos ativos a serem investidos, e nesse sentido, o assessor tem muito a somar.
Exemplo de carteira diversificada
Conforme você pode observar até aqui, a carteira de investimentos recomendada para todos ou a fórmula perfeita não existe. Isso porque o portfólio precisa ser ajustado para cada investidor.
Novamente: seu perfil de investimentos, suas metas e sua realidade precisam ser consideradas.
Isso quer dizer que não há como recomendar uma composição de carteira única para todas as pessoas alcançarem o equilíbrio entre rendimento e segurança.
Visto isso, podemos mencionar de maneira geral alguns exemplos de ativos para a composição da maioria das carteiras.
Para a reserva de segurança
O ideal é que seu investimento focado na reserva de segurança seja em renda fixa e atrelado a algum índice. Também precisa ser de alta liquidez e baixo risco. É o caso da maioria dos CDBs, por exemplo.
Aqui também podem ser considerados produtos como o Tesouro Direto ou um ativo prefixado, como as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), por serem isentas de Imposto de Renda e garantidas pelo FGC - Fundo Garantidor de Crédito.
Para a aposentadoria
É recomendado que a parte do seu investimento voltada para a aposentadoria seja, obviamente, uma estratégia a longo prazo.
Para isso, é possível considerar investimentos em previdência privada com tabela regressiva, por exemplo. Isso porque, depois de 10 anos, o IR será de apenas 10%.
Outra opção interessante são os fundos de ações. Ao contrário do que muita gente acredita, existem ações que valem a pena serem mantidas por muitos anos na carteira, justamente porque tendem a valorizar gradativamente.
Para renda passiva ou outros objetivos
Um objetivo bastante comum entre os investidores é a renda passiva, ou seja, recebimentos mensais por meio de investimentos.
Uma forma de alcançá-la é investir em Fundos Imobiliários (FIIs) ou ativos de papéis, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), que pagam dividendos e ainda são isentos de IR.
Neste caso, o ideal é diversificar, mesmo que pouco, dentro da própria classe de ativos. Então procure aplicar em mais de um tipo de imóvel.
Além disso, vale a pena dedicar parte do portfólio para algum investimento que se valorize com o dólar, ou que não seja afetado negativamente com a queda do real. Podem ser ações de empresas estrangeiras, fundos cambiais, fundos de índice (ETFs) ou fundos internacionais.
Diversificação para quem está começando a investir
Se você quer diversificar a sua carteira, mas não sabe quanto deve aplicar em renda fixa e renda variável, pode seguir a regra dos 80 recomendada por alguns especialistas.
Ela consiste em subtrair de 80 o valor correspondente à sua idade. O resultado é a porcentagem recomendada para aplicar em renda variável.
- Por exemplo: se você tem 50 anos, ao subtrair esse valor de 80 obtém-se 30 como resultado. Assim, o indicado de acordo com a regra é alocar 30% do seu capital em renda variável e o restante em renda fixa.
- Já, se você tem 60 anos, é recomendado aplicar 20% em ativos voláteis - segundo a regrinha.
Porém, se você já investe ou entende um pouco do mercado e da economia, deve saber que a decisão entre renda fixa e renda variável deve considerar também o cenário macroeconômico.
Isso quer dizer que: se os juros estão baixos, o ideal é investir um pouco mais em renda variável ou fundos multimercados. E, quando os juros sobem, faz mais sentido apostar em renda fixa porque tais investimentos rendem melhor e com muito menos risco.
O ideal da carteira diversificada é buscar rendimentos sempre acima da inflação, para que o patrimônio não perca o poder de compra com o tempo. Para realizar isso com eficiência, é necessário então estar atento às mudanças na economia e a outros fatores.
Carteira de investimentos recomendada
As corretoras normalmente divulgam as chamadas carteiras de investimentos recomendadas, que são uma espécie de sugestão ou tendência para o investidor montar seu próprio portfólio.
As carteiras de investimentos recomendadas são elaboradas por analistas e podem ser divididas entre as melhores ações com dividendos do momento, os melhores fundos imobiliários, ou os ativos em renda fixa que estão rendendo mais.
Algumas vezes, inclusive, são separadas por perfil de investidor. Para ter acesso a elas, basta verificar a comunicação da sua corretora ou assessoria.
Como diversificar investimentos com segurança
A maneira mais prática de diversificar investimentos com segurança é acionar um assessor de investimentos. Estes profissionais recomendam a melhor composição de carteira para o seu perfil de risco e para atingir as suas metas.
E, conforme mencionamos anteriormente, eles têm um vasto conhecimento do mercado e das características de cada ativo ou título. Sendo assim, você pode conversar com um assessor para entender os detalhes e ter mais certeza das suas decisões.
Até porque acompanhar todos os detalhes do mercado, da macroeconomia, escolher os melhores investimentos para você e gerir a carteira, podem ser coisas bastante complexas de serem feitas sem a ajuda de um profissional.
A Blue3 Investimentos, por exemplo, tem assessores com diversas qualificações no mercado financeiro e com anos de experiência.
Portanto, os especialistas são os mais indicados para analisarem as melhores opções para você, além de auxiliarem na gestão da carteira a longo prazo - tornando-a mais segura e rentável.
Redação It's Money
A redação do portal It’s Money é formada por um time de profissionais com ampla experiência editorial, com acompanhamento e revisão de jornalistas especializados.
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